Protestos contra cortes de recursos na educação movimentam ruam em Goiás
Em diversas cidades de Goiás, estudantes, trabalhadores da educação e sindicalistas se mobilizam hoje (15) para protestar contra o bloqueio de verbas das universidades públicas e de institutos federais. Convocados por entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os atos também criticam a possibilidade de extinção da vinculação constitucional que assegura recursos para o setor e a proposta de reforma da Previdência.
Em Goiânia, várias escolas não abriram as portas. De acordo com a presidente da Sintego, Bia de Lima, 80% das escolas estaduais de Goiás estão fechadas e 70% por cento das escolas municipais também não abriram hoje (15). Todas as universidades e institutos federais do estado também não tiveram aula.
Jataí
Em Jataí, na região sudoeste do estado, manifestantes se concentram na porta da regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) em apoio à mobilização. Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 500 pessoas participaram do protesto.
Anápolis
Em Anápolis, a 55 km de Goiânia, estudantes e professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e de escolas da rede estadual foram às ruas com faixas e cartazes. Segundo a organização, cerca de 300 pessoas comparecem.
Itumbiara
Em Itumbiara, os manifestantes se reuniram na Praça São Sebastião e seguiram pela Avenida Paranaíba, a principal da cidade. A organização afirma que 500 pessoas participam. A PM não enviou cálculo.
Rio Verde
Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, o protesto ocorreu dentro do campus do Instituto Federal de Goiás (IFG). Os organizadores falam em 200 participantes.
MEC
O Ministério da Educação (MEC) garante que o bloqueio de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos. Segundo o MEC, o bloqueio preventivo atingiu apenas 3,4% das verbas discricionárias das universidades federais, cujo orçamento para este ano totaliza R$ 49,6 bilhões. Deste total, segundo o ministério, 85,34% (ou R$ 42,3 bilhões) são despesas obrigatórias com pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas) e não podem ser contingenciadas.
De acordo com o ministério, 13,83% (ou R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) são aquelas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas – já contingenciadas anteriormente pelo governo federal.