Por Márcio Souza, do JGDN

Foi na zona rural de Taquaral, no município de Orizona, na região sul de Goiás, que os agricultores João Guimarães de Almeida, de 60 anos, e Maria Cleusa da Silva, de 57, encontraram na produção de farinha de mandioca uma boa opção de empreender e garantir o sustento.

Atualmente, cerca de dez pessoas, todas da família, trabalham na produção da farinha. “O processo começa ainda na plantação da mandioca. Depois da colheita, as mandiocas ficam imersas na água para amolecer e descascar. Na sequência, passam pelo ralador de onde sai a massa que vai para a prensa, até perder o excesso de água, depois a massa volta para o ralador novamente para moer a massa e em seguida é lavada ao forno. Logo depois vai peneirando por cima do fogo até a farinha ficar pronta”, explicou João.

Após torrar a farinha, e temperar parte dela, chegou a hora de empacotar. São trinta pacotes em cada fardo. A família trabalha com cerca de seis tipos de farinha: a de puba, beiju grossa e beiju grande, amarela corante, de mandioca amarela, milho e a tradicional farinha branca.

“Hoje, a principal demanda é em Goiânia. Lá, meu filho faz as entregas dos produtos. Ele, juntamente com o João, desenvolvem as estratégias de vendas”, disse Maria Cleusa.

A distribuição da farinha é feita, também, nas cidade de Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Catalão, Pires do Rio, além da região de Orizona.

O nome da farinha é uma homenagem a primeira neta do casal. “A gente estava começando no processo de empacotamento da farinha quando a Mônica nasceu. Desde então decidimos colocar o nome dela no produto”, afirmou.

A empreendedora contou ainda que a ideia em produzir a farinha surgiu 27 anos atrás, na época em que seu esposo João Guimarães plantava mandioca e vendia para a cidade de Trindade, na região Metropolitana de Goiânia. Ela relata que no começo enfrentou dificuldades em produzir e vender o produto. “O primeiro pacotinho de farinha era daqueles de amarrar. Nós vendemos cinco pacotes e achamos que tínhamos vendido demais”, recordou aos risos.

Amor, tradição, comprometimento, coragem e persistência. Esses são alguns dos pilares que fazem a família de Orizona enfrentar desafios diversos, como o próprio desenvolvimento do empreendedorismo do campo. Atividades passadas de pai para filhos, neta, sobrinhos e irmão.

“Você tem que persistir. Começar devagar. Nós começamos em uma barraquinha de lona, com bambu ao redor. No forno a gente torrava a lenha à mão. Durante uma crise de farinha, ficamos com o cômodo cheio mandioca, tudo parado. Foi difícil. Hoje em dia a mão diária é muito cara, por isso optamos por trabalhar em família, todos juntos”, pontuou a produtora rural.

O empreendedorismo familiar no campo tem um papel fundamental no desenvolvimento e continuidade dos negócios. Todos protagonistas nesse cenário, onde as famílias de produtores rurais geram prosperidade e deixam grandes legados para as gerações futuras.

Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal