Ato contra a reforma da Previdência bloqueia BR-153 em Goiânia; manifestantes também saíram às ruas em Jataí

Ato contra a reforma da Previdência bloqueia BR-153 em Goiânia; manifestantes também saíram às ruas em Jataí

Por Márcio Souza, do JGDN

Na manhã desta sexta-feira (22), diversos trabalhadores saíram às ruas para protestar contra a proposta de Reforma da Previdência em todo o país. Houve manifestações em Goiânia e no interior. Na capital, os atos começaram por volta das 7h, os participantes fecharam a BR-153, no km 500. Escolas da rede pública e estadual também aderiram à paralisação no estado.

Com bandeiras, carro de som e panfletos distribuídos à população, próximo ao Serra Dourada, os manifestantes gritavam “a união de todos, de todas, vamos fazer a greve final”. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) cerca de 3 mil manifestantes participam do protesto. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) calcula em 200 pessoas.

Da BR-153, o grupo seguiu em carreata para a sede da Assembleia Legislativa em Goiás (Alego), em Goiânia.
Em Jataí, na região sudoeste de Goiás, professores fizeram manifestação contra a reforma da previdência e o calote do governador Ronaldo Caiado no pagamento de dezembro.

Para a Previdencialista Administrativa, Edna Adriana, as manifestações são válidas, pois o trabalhador precisa ser orientado e esclarecido sobre as mudanças, e os principais pontos que vai atingir a todos quando procurar seus direitos previdenciários. “Deve ser amplamente debatida, pois é matéria extensa e atinge os direitos sociais, principalmente da classe pobre”.

A previdencialista disse que não é contra a reforma, mas precisa ser proposta emendas, nos pontos da reforma que atinge o trabalhador da classe mais baixa. “Ele será o maior prejudicado. E reforma previdenciária, sem a reforma tributaria, não acabará com o desemprego”, pontua.

Ainda segundo Edna, a reforma da Previdência é polêmica justamente por mexer em direitos sociais individuais e coletivos, que já são garantidos na constituição, que se aprovada no texto original, prejudicará principalmente idosos e doentes das classes mais baixas, que não tiveram condições de contribuir com a previdência social.

“Hoje eles têm direito ao Benefício Assistencial ao Idoso (BPC), requisito e que se tenha 65 anos e miserabilidade comprovada e Portador de Deficiência, onde o requisito e incapacidade para o trabalho e miserabilidade comprovada, no valor e um salario mínimo, onde o texto da reforma transforma esse benefício de um salário mínimo para 600 Reais a partir de 60 anos, onde não incluiu o deficiente, e somente quando completar 70 anos, terá direito a benefício de um salário mínimo”, esclarece.

Outra polêmica apontada por ela, á a extinção da cumulação de aposentadoria e pensão por morte a um mesmo segurado do Regime Geral, que terá que optar por um benefício mais vantajoso, sendo que o na atualidade e permitido a cumulação de aposentadoria e pensão por morte. “É inconstitucional, pois esse item fere o direito adquirido do dependente do segurado que veio a óbito”.

A prisão do ex-presidente Michel Temer, ontem (21) pela Operação Lava Jato, para Edna, não deve interferir no adiamento da votação da reforma da Previdência. “Não creio. A reforma da previdência precisa ser feita, o mercado aguarda por isso, mas Bolsonaro encontrará grandes dificuldades pois a prisão do Temer envolve supostamente uma retaliação do Sérgio Moro ao presidente da Câmara Rodrigo Maia, por criticar o projeto anti crimes, cumulado com a queda de braço da força tarefa da Lava Jato e Supremo Tribunal Federal (STF)”, diz ela, que completa: “Maia já declarou não mais articular na Câmara sobre conseguir votos para a reforma”.